Em O Mundo de Sofia, Jostein Gaarder demonstra bem como os “sábios” ensinam a nos habituar com o mundo, depois de adultos vemos tudo nele como evidente, pouco nos admiramos e, sem muita preocupação com o resultado disso, passamos a tradição adiante.
Eu sei que Andarilhei-me.
Andarilhei enquanto lia o Mundo de Sofia a tantos anos atras.
Andarilho um pouco mais quando lembro de seus dizeres.
Andarilhei-me novamente.
13. 13 de dezembro. Salvador-Brasilia-Florianópolis.
Do avião via aquela cidade que antes era infernal ficar calma, bonita e longe.
Deste dia até cá, vi chegar às 21h da noite com o sol ainda se pondo (como pode?).
No primeiro dia fiquei surpresa, mas achei que era uma ocasião. No segundo dia eu vi de novo e depois novamente. Cada dia que via o sol se pôr depois das 18h me surpreendia. Há dez dias estou vendo isso e continuo me surpreendendo. Mas como pode a noite ser dia? E o dia durar até as 21h? Sei que posso procurar a resposta para isso com algum entendedor do assunto, ou mesmo um livro de geografia do ensino médio, ou ainda o amigo dos burros – o Google... Mas e se eu não quiser desbaratar os por quês?
Hoje, enquanto atravessava a ponte que liga São José a Floripa (quase um paralelo com a linda ponte em eterna reforma, Ponte Hercílio Luz), vi mais uma vez o por do sol. Eram 20h (surpreendendo-me). Tudo claro, o céu lindo e o sol se pondo. Via aquele marzão abraçando a cidade (ou Floripa abraça o mar?), uns morros bem altos cobertos por uma fina neblina ao fundo dos prédios. E pensei: porque ficamos surpresos com nossa surpresa ao ver cenas assim?
Perdemos algo no caminho...
Esse é o meu sentimento natalino! Desejo a todos um andarilhar por si para descobrir:
Deve haver alguma coisa que ainda te emocione
Um vinho tinto... Um copo d'água
A chuva no telhado... Um pôr de sol.
ficou ótimo, meu bem. =)
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