O movimento estudantil, depois de alguns anos de refluxo, busca novas formas de atuação para alcançar aquelas velhas e valorosas bandeiras por educação pública de qualidade. Em formatos irreverentes como escrachos, beijaços, disquetes e várias tecnologias nas redes sociais, o movimento tenta se reorganizar e alcançar o maior número de estudantes, acompanhando as transformações sócio-culturais.
Entretanto, alguns agrupamentos que dizem ser de esquerda esquecem-se da ideologia - da luta diária, real - e vivem de gincanas ou místicas mal elaboradas, e sem conteúdo.
Nós, socialistas, devemos cumprir o papel de elevar o discernimento e politização dos trabalhadores e trabalhadoras; pautar as bandeiras históricas e atuais de forma assídua e responsável; fazer a luta nas ruas e também disputar a intencionalidade, sem deixar que ela nos sugue para a burocracia.
É bem sabido que todo fenômeno histórico é singular, e assim, irrepetível. A importância dos Novos Baianos, por exemplo, para a cultura e a música brasileira é irrevogável. No entanto, seu suingue irresistível, não foi o estopim para a derrocada dos anos de chumbo. A juventude vivia fora daquele sítio-hippie. Querer reviver esse movimento paralelo, e anarquista, sem o conteúdo que eles apresentavam - em pleno século XXI - é surreal e pode ser facilmente nomeado de esquerda festiva.
Coletivos que buscam defender os direitos estudantis devem fazê-lo independente de ser gestão desta ou daquela entidade. Porém, aqui na UFSC parece que só se é oposição para disputar a institucionalidade.
Durante todo o ano nada fazem para a organização dos estudantes no âmbito da universidade, ou o fazem nos seus feudos específicos - como é tratado o centro acadêmico que dirigem.
De fato, é preciso reacender a Tropicália existente em cada um de nós. Para isso, não é preciso reviver aquela época, mas incentivar a produção cultural engajada, a música de protesto, lutar diariamente contra opressão e por direitos e igualdade.
Negar sua identidade verdadeira de coletivos políticos, falsificar a ideia de independência partidária e maquiar uma neutralidade para dizer-se capaz de representar a todos só contribui para a anarquia e desorganização da luta.
É preciso ter lado, “é preciso ter força, é preciso ter gana sempre”...
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